A dor que você me causou


         Seria bom se pudéssemos simplesmente passar a borracha na existência de algumas pessoas em nossas vidas. Deixarmos de nos torturar com a dor que elas nos causaram.
            Essa foi a primeira vez que pensei em como eu queria voltar atrás e nunca ter partilhado nem sequer meu sorriso com você, quanto mais abrir o meu coração.
            Eu já fui machucada várias vezes, entretanto, ninguém nunca me machucou como você. O seu silêncio machucou minha alma e meu coração;
            Acreditar em alguém é tão difícil assim? Por que eu tenho que chorar mais uma vez? Por que eu tenho que me torturar mais uma vez por alguém que sequer se importa em saber se estou sangrando?
            Eu perdi as contas de quantas vezes eu disse a mim mesma: “eu estou bem”, “isso não é nada, eu vou esquecer”, “nossa relação não era tudo isso”.
            Só que, me diga, por que ainda está doendo aqui? Por que me encontro paralisada em um só lugar como se toda minha alegria tivesse sido devorada?
            Há horas em que eu te odeio por me fazer tão miserável assim, mas aí minhas lágrimas começam rolar então eu percebo que eu ainda gosto de você.
            Não quero odiar eu quero apenas esquecer. Esquecer-se da sua gentileza, esquecer das vezes que você pareceu se importar comigo, esquecer da amizade que você me deu.
            Se eu pudesse esquecer tudo isso, será que eu deixaria de sentir dor? Será que eu ia poder confiar mais uma vez em alguém? Será que mesmo assim eu conseguirei?
            O que eu devo fazer para esquecer? Como posso voltar para antes do dia que te conheci? Eu quero apenas viver a minha vida, mas essa dor mortificante me paralisa.
            Todos os dias eu me pergunto, o por quê de você ter feito isso. A vontade de saber o que leva uma pessoa que diz ser amiga fazer o que você fez me tortura.
            Sabia que toda vez que penso em acabar de vez com essa tortura me perguntando e pego meu celular, eu perco as forças da minha mão e a minha mente fica nublada?
            Será que eu tenho tanto medo de ouvir o que você tem a dizer? Ou só estou com medo que, no fim das contas, você me conte uma mentira que eu gostaria de ouvir e tudo fique bem novamente.
            Seria bom se tudo ficasse bem. Que eu pudesse conversar novamente com você. Só que eu sei  que não vai mudar a razão que levou você a me tornar uma pessoa miserável. Algo em mim diz que não há arrependimentos.
            Eu só irei me tornar mais miserável ainda esperando de você algo que nunca irá me dar: uma amizade verdadeira, um amigo que eu possa contar, um amigo que se importe.
            Se eu pudesse apenas usar a borracha e apagar tudo, talvez eu poderia te olhar nos olhos de novo, talvez até pudesse confiar em você novamente. Só que não seria como antes, pois eu nunca mais irei abrir meu coração a você.
            Essa dor incessante talvez, um dia, eu possa esquecer. 

“O impossível e uma palavra muito grande que gente pequena usa para tentar nos oprimir” (Pregador Lu)

O vazio dentro de mim

       
          Eu não sei quando tudo começou a desandar dentro de mim. Ok, não é verdade. Eu, na verdade, sei exatamente quando tudo começou a desandar dentro de mim.  O que eu não sei é porquê que eu faço essas coisas, porquê eu me deixo ser levada tão facilmente pra longe de  Deus. Você já deve ter lido essa frase que vou dizer em algum lugar: “no vazio cabe de tudo, mas nada se encaixa.” 

            Esse vazio sem fim, que não importa o que você faça, não importa quantos momentos alegres você tenha, depois que o momento passar, tudo que resta é o vazio que está ali. Você se pergunta o que está errado, o que está faltando, porquê você não está conseguindo ser feliz. Sinceramente, admitir que é por causa da falta de Deus não é tão fácil, porque se você admite isso, você está dizendo em voz alta como você tem falhado com Ele, e não é fácil, não para mim.
            Então, eu tenho a resposta exata para essa frase: “ no vazio cabe tudo, mas somente Deus se encaixa.” Não adianta querermos camuflar o nosso erro, não adianta inventar motivos, não adita persistir no orgulho. Assim como uma música que eu gosto diz: “quem já pisou no Santo dos Santos, em outro lugar não sabe viver”. É assim para mim. Mesmo que eu me distraia com as inúmeras coisas que eu gosto, eu começo pouco a pouco deixar tudo isso acima da minha intimidade com Deus e vamos nos afastando,  meu ser começa a entrar em desespero. Eu não posso mais viver sem estar na parecença de Deus e mesmo assim...
            Por que eu me deixo ser levada tão facilmente? Tudo em mim desandou quando eu parei de orar, quando eu parei de buscar, quando coloquei em primeiro lugar todas as outras coisas e deixei meu melhor amigo de escanteio. Como sempre, nós, seres humanos, estamos sempre arrumando desculpas ou querendo culpar alguém. Não vou dizer que um centésimo de mim não quis fazer isso, afinal, eu parei de querer ir à igreja que eu costumava ir por causa de como me sentia lá.
            Eu não sentia que havia comunhão entre aquelas pessoas. Eu não me sentia bem vinda, e eu fui discriminada por ser como sou. Contudo, eu apenas usei esses acontecimentos para ter um motivo para me afastar da igreja. Eu não me sinto mais parte dela e agora mesmo estou dizendo para mim. Porém, ela não é a única igreja que existe. Eu posso encontrar alguma em que eu me sinta bem, que me sinta bem vinda e que eu seja aceita como eu sou, afinal, se houver algo que deva ser mudado em mim, Deus encarregara desse trabalho por Ele mesmo. Acredite, é mais fácil pensar do que realmente ter coragem de encarar uma nova igreja.
            Eu não vou usar outras pessoas como desculpa para eu ter me afastado. Se existe alguém culpado aqui, é exatamente EU, porque sou eu que tenho controle das minhas decisões. Não vou mentir, essa não é a primeira vez que me encontro na mesma situação,  mas sabe qual é a melhor coisa de ser filha de Deus? Ele está sempre de braços abertos me esperando de volta. Você pode acreditar que, quando sentei diante ao computador para escrever sobre como minha vida desandou, eu não tinha ideia sobre o que exatamente eu ia dizer. Agora,eu finalmente fui capaz de por para fora: o que me falta é Deus... Estou com tanta saudade de estar na parecença Dele, que até me sinto sem vida.
            Sem Ele, eu não tenho nada, eu perco meu brilho, eu perco a capacidade de ter compaixão, eu perco o sentindo da vida. Quem sou eu?  Nem isso eu sei dizer. É nessa hora que aquele versículo faz todo sentindo para mim:
"Como a corça anseia por águas correntes, a minha alma anseia por ti, ó Deus.
A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo. Quando poderei entrar para apresentar-me a Deus? Minhas lágrimas têm sido o meu alimento de dia e de noite, pois me perguntam o tempo todo: 'onde está o seu Deus?'       
Quando me lembro destas coisas, choro angustiado, pois eu costumava ir com a multidão, conduzindo a procissão à casa de Deus, com cantos de alegria e de ação de graças entre a multidão que festejava.   
Por que você está assim tão triste, ó minha alma? Por que está assim tão perturbada dentro de mim? Ponha a sua esperança em Deus! Pois ainda o louvarei; ele é o meu Salvador e meu Deus."   


“O impossível e uma palavra muito grande que gente pequena usa para tentar nos oprimir” (Pregador Lu)

Apaguei as lembranças que eu tinha de você

      
          Olhando as diversas pastas em meu computador, encontrei fotos suas, fotos nossas, encontrei as nossas lembranças. Eu senti uma pontada em meu coração e pensei: “oh, era assim que costumávamos ser.” Pensando bem, esse mês fez um ano que nossos copos de morangos quebraram e nem existe mais cacos pelo chão. Mesmo assim, a sua existência marcou tanto a minha, que quando você me machucou com suas palavras frias e espinhosas, elas ficaram cravadas em meu coração. Agora mesmo, quando penso em você, só consigo ouvir você dizer: “faça o que você quiser, para mim você não passa mais de uma estranha qualquer.”.
            Sim, durante esse ano eu pensei em você várias vezes, eu senti meu coração doer, eu senti a sua falta. Eu senti muito a sua falta. Questionei comigo mesma se, talvez, se eu tivesse sido mais passiva, se eu tivesse insistido um pouco mais, estivéssemos completando mais um ano de amizade.  Eu pensei nisso várias vezes sim, nos meus momentos de fraqueza, naqueles simples momentos que caímos nas caixas das lembranças. Eu pensei, eu senti, eu até mesmo quis, mas não mais.


            Não mais, eu não sinto mais falta de você, eu não fico mais pensando nas possibilidades caso eu voltasse atrás. O seu tempo não parou, e o meu, embora às vezes eu quisesse parar e lamentar naquela época, eu continuei indo em frente.  Fui tão em frente, que tornei aquilo que você odeia: “uma amiga que não pertence só a uma pessoa”, hoje eu tenho uma amiga para cada sentimento, para cada momento, amigas que me fazem sorrir, amigas que me fazem sair da toca, amigas que me apoiam mesmo nas minhas maiores loucuras. Sim, naquela época eu só tinha minhas amigas de infância e você, mesmo assim, você achou que era pouco. Eu tinha que ser o ser humano mais solitário da Terra para ser apenas amiga sua.

            Eu confesso: hesitei por um instante quando fui apagar as nossas lembranças, mas não demorou muito para eu clicar o botão “delete”. Para mim, você foi uma das pessoas que mais me machucou e que mais demorei para superar, porque para mim, você era tudo. Entretanto, agora, assim como eu para você, você não é mais nada para mim. Essa será a última vez que escrevo sobre você. Sayonara! o/

“O impossível e uma palavra muito grande que gente pequena usa para tentar nos oprimir” (Pregador Lu)

Completei mais um ano de vida

            

              Dia 15 de março foi meu aniversário. Sinceramente, já parei de contar quantos anos vou fazer, se eu pudesse, queria permanecer jovem para sempre. Não consigo entender o que tem de feliz em ficar mais velha. Na verdade, estou mentido, eu entendo sim. Não quero ser ingrata, pois têm muitas pessoas que desejavam completar mais um ano e não conseguiram chegar lá.
            Eu entendo isso. Mesmo assim, ficar mais velho é assustador: mudanças irão acontecer, decisões que vão comprometer minha vida toda, terei que tomá-las. Sem deixar de lado as mudanças físicas, pois eu sou muito apegada em parecer mais jovem do que realmente sou, espero seriamente que eu permaneça assim por mais um tempo.
            Quando eu tinha 15 anos, não via a hora de fazer 18 anos e ser maior de idade, para que?  Quem sabe, talvez, eu achasse que eu poderia ser livre de alguma forma.
            Ilusão adolescente. Sinceramente, agora sinto tanta falta da minha adolescência. Não sinto falta dela por causa dos acontecimentos da época, sinto falta por causa do tempo. Existe tantas coisas que eu poderia ter começado a fazer naquela época, mas perdi tempo com coisas que, sinceramente, não contribuíram para nada em minha vida. Claro que nem tudo, mas algumas coisas.  
            Eu estou satisfeita com a pessoa que me tornei hoje. Demorei muito para conseguir me encontrar. Foi um longo caminho sofrido, mas consegui. Eu me casei e tive um longo caminho para construir nossa relação de marido e mulher, e agora, enfim, podemos aproveitar o melhor do nosso casamento.        Mesmo depois de tantos anos, ainda existe coisas em minha vida que ainda não consegui colocar em seu devido lugar: relacionamentos com as demais pessoas, profissionalmente, tem muitas coisas que ainda não consegui respirar fundo e dizer "ufa! Agora tudo está bem".
            Hoje já se passou alguns dias desde que completei anos, e embora não havia colocado isso em palavras, sou grata a Deus por Ele ter me concedido mais tempo para conseguir realizar certos objetivos da minha vida. E, com certeza, é mais uma chance para eu finalmente conseguir voar.
            Quero agradecer a todas as pessoas que tiraram seu tempo para me parabenizar. Esse ano não fiquei deprimida como sempre fico, graças ao tanto de pessoas maravilhosas que, com todo carinho do mundo, me felicitaram. Muito obrigada! Vocês são presentes de Deus em minha vida!

“O impossível e uma palavra muito grande que gente pequena usa para tentar nos oprimir” (Pregador Lu)

Fevereiro - Ferias

           

 Mês das minhas férias. Cheguei aqui me arrastando e você pode ter certeza que não foi fácil conseguir permissão para entrar de férias. Então, eu fui infantil e, como uma criança mimada, consegui o que queria. Só eu mesma sabia o quanto eu precisava disso tudo, só eu mesma sabia o quanto eu estava cansada do meu trabalho, cansada das pessoas, cansada, apenas cansada. Fiz uma viagem para o interior, visitei meus sogros, minha cunhada, passei momentos gostosos com minha sobrinha fofa. Tirei foto de um cosplay, mas, no final, não me satisfez. Faltou algo. A pergunta é: o que está faltado?
            Estrada já me terrorizou muito, mas hoje em dia eu gosto de viajar de carro. Aquele momento único em que estou com meu esposo, viajando, se torna algo tão gostoso e único, talvez devêssemos viajar mais vezes assim. Pela primeira vez, e provavelmente última, fui acampar. Foi divertido, mas vamos lá, lidar com mosquitos sinceramente, não consigo.  Enfrentamos atoleiros, tomei cada susto na volta quando o carro perdia o controle, sorte que em volta era campo de lavoura, então não havia problema. Chegou o dia de ir embora para casa. Como vou dizer? Que preguiça!!! Chegamos até que cedo, almoçamos, fomos para casa descansar, engraçado que aquela tarde demorou a passar. Isso foi bom, amo quando o tempo me da um tempo (deu para entender? Espero que faça sentido.).
            Finalmente em casa e tinha um trilhão de coisas para eu fazer, começando com os médicos que eu deveria ter ido em todos, mas não fui nem na metade, no fim das contas.  Comecei uma faxina na minha cozinha que durou quase uma semana. Aí vocês perguntam: quanta coisa tinha nessa cozinha? Não tenho muito, mas sou um pouco lenta na arrumação, e já que tirei tudo dos armários, é claro que eu ia querer lavar tudo para guardar. Depois, enfim, comecei outra faxina, dessa vez na sala, limpei com muito amor meus tesouros, organizei tudo. Agora vamos lá pra ver, está tudo bagunçado e empoeirado de novo (buá, buá). Demorou mais alguns dias, no fim das contas, não dei conta de fazer faxina nos outros compartimentos.
            Embora eu quisesse ter um tempo para por meus sentimentos no lugar e ficar longe de tudo que estivesse relacionado ao trabalho, eu não consegui ter tempo para organizar meus sentimentos. Eu fiz umas fotos com a fotógrafa Miriam, escolhi looks em cima da hora, pois meu ânimo não estava lá essas coisas, mas no fim acabei entrando na onda e foi muito legal.  Comecei a gravar um CMV, parceria com uma amiga cosplayer. Infelizmente, não conseguimos terminar as gravações, mas as poucas cenas que gravamos ficaram tão lindas, tão fofas. Trabalhei em cima do terceiro episódio de uma série que estamos fazendo, chamada “otome no yume”. Faltam pouquíssimas cenas para terminamos esse terceiro episódio. No mesmo dia, trabalhamos em um outro projeto relacionado a cosplayers, foi muito divertido e cansativo. Infelizmente, não conseguimos terminar tudo apenas com um dia.

            Tirei fotos de um cosplay pessoal de uma amiga, foi uma manhã muito divertida com ela, embora, confesso, fiquei sem jeito, pois nunca havíamos  saído juntas, só nos duas. Uma coisa muito divertida nesse mês é a comemoração do aniversário das aquarianas de um grupo de cosplayers. Fui convidada, foi muito bom estar com elas, me diverti muito, é incrível como as horas não passam quando estou com elas. Acabei conhecendo mais pessoas legais, foi um momento bem memorável.
            Eu confesso que fui bem relaxada nessas férias com meus blogs, e não foi só isso, fui relaxada com minha alimentação, que está toda bagunçada. Não fiz nem a metade das coisas que eu gostaria de fazer nessas férias. Comprei algumas coisas de casa, enlouqueci quando encontrei a louça mais cute do mundo Pink da Krol Hime, comprei, embora tenha doído um pouco, nunca me arrependerei.  Comprei várias coisinhas que não posso comprar quando estou de volta ao trabalho.  Acredito que gastei menos nessa férias do que costumo gastar, graças ao bom Deus.
            A última coisa interessante que eu fiz esse mês, foi no ultimo dia, que fui a um piquenique com as minhas estimáveis novas amigas. Foi muito bom, mas infelizmente tive que ir embora cedo. Não aproveitei quase nada, além da puta dor de cólica que eu estava. Estou sendo perseguida, produção? Meu irmão passou em uma faculdade em Florianópolis. Tentei passar alguns momentos com ele, mas no fim, acabou que não deu muito certo, no final até agora não caiu a ficha de que meu melhor amigo está tão longe agora.

            Meus sentimentos ainda estão uma bagunça. Eu ainda não sei como lidar com várias coisas. Então, quando quero paz, prefiro ficar longe daquilo que não sei lidar, aquilo que prejudica minha paz, mas isso é certo mesmo? O que tem me deixado aflita e desesperada é que não tenho tempo para ficar me sentido assim, eu preciso correr, eu tenho muito a fazer, eu não posso mais perder tempo.

“O impossível e uma palavra muito grande que gente pequena usa para tentar nos oprimir” (Pregador Lu)

Janeiro – Prisão invisível. Resistindo.

         
            O ano começou tão cheio de planos e objetivos, mas, sinceramente, estava tão cansada fisicamente, psicologicamente e emocionalmente. Cansada do meu trabalho, cansada desses mil rostos desconhecidos que eu vejo por semana, cansada de forçar sorrisos que eu não quero dar, cansada de andar sobre a linha que me designaram a andar, cansada de me submeter, cansada de tentar ser algo e não ser nada, cansada de me preocupar, muito cansada de me importar.
            Eu quero voar, eu preciso voar, então por que continuam cortando minhas asas? Até quando eu tenho que viver assim? Sem saber estar sobre esse lindo céu azul? Me deixem voar, por favor? Como é sufocante e agonizante viver como as outras pessoas querem que a gente seja! Por mais boa que eu queira ser para pessoas que amo, eu não posso mais me limitar, eu não quero mais me limitar, então, por favor, me deixe, libertem-me dessas correntes invisíveis que vocês colocaram em mim para me controlar, para eu não ir longe, para eu não seguir minha vida e viver somente para vocês.
            Sentimentos que transbordam, ansiedade e depressão que ficam oscilando. Quero avançar logo, não quero nada, quero apenas abandonar tudo. Quão doloroso é olhar para pessoas que amamos e, ao invés de amor, o que você sente é que quer correr delas. Você não confia mais nelas, você quer fugir, mais dói, porque ainda assim, mesmo que todos sentimentos lamentáveis nos invadam, sabemos que amamos essas pessoas.
            Sabe como é trancar todos esses sentimentos dentro de si? Não colocar em palavras, tentar bloquear pensamentos, engolir afronta por afronta, dor por dor, erguer a cabeça, respirar fundo e seguir em frente? Eu fiz isso, porque ao contrário, eu iria desabar. Eu fiz porque eu precisava viver nem que fosse um pouquinho. Eu precisava buscar forças do fundo do meu coração e ir em direção ao meu objetivo, e começar a dar vida aos meus projetos.  Sim,  mesmo com dor, eu engoli isso e segui em frente. Tive algumas recaídas, mas tudo bem, sou humana, afinal de contas.

            Mesmo com tudo isso, eu tive momentos tão quentes como o sol. Os meus finais de semana foram totalmente dedicados a trabalhar sobre um projeto que estou me orgulhando muito, e são nesses momentos em que eu posso estar na companhia de pessoas que eu estimo muito, que só de vê-las eu já fico feliz. Ser abraçada, rir de verdade, me divertir, tudo isso acontece quando estou com elas. E aí eu sinto que eu posso seguir em frente. Pude estar na presença de alguém que eu já estimava, mas quando ela olhou através de mim, eu fui cativada por completo. Se ela soubesse o quanto aquela pergunta foi importante para mim...

            Foram esses pequenos momentos que me fizeram sorrir, que me fizeram esquecer coisas que eu queria apenas que não tivessem acontecido. Dias como esses aí foram como remédio para mim, foram minha fuga, meu esconderijo, que eu pude, enfim, respirar, que fizeram meu janeiro valer à pena.  Então,  esse janeiro não foi como os outros. Foi difícil. Parece que quanto mais você quer viver, mas coisas difíceis acontecem. Mesmo assim,  me recuso a cair em minha própria miséria. Mesmo que seja me arrastando, eu não vou parar, vou continuar indo em frente, mesmo machucada, mesmo sangrando, eu não pretendo parar. Eu vou voar e será com minhas próprias forças. Só eu posso me libertar, foi o que me dei conta. Embora já saiba que não é tão fácil nos livrar daquilo que estamos escravizados psicologicamente a ser ou fazer.

“O impossível e uma palavra muito grande que gente pequena usa para tentar nos oprimir” (Pregador Lu)

Eu vivi em 2016


O ano de 2016 acabou e 2017 veio. Eu não tive tempo, nem inspiração, nem coração para escrever sobre como me sentia a respeito de tudo isso. Talvez seja meio tarde  ou não, pois acho que meu ano só começará a partir de agora. Meu aniversário será dia 15 desse mês, e como tive momentos complicado internos para resolver, considerarei o fato que meu ano começará somente agora.  Quando chegou o final do ano, eu pensei em todas as coisas que perdi durante o ano: perdi duas amigas, o que deixo claro: não foi elas que faleceram, mas sim nossa amizade.  Foi difícil para mim, pois eram pessoas que eu estimava do fundo do meu coração. Eu sofri da minha maneira, pensei várias vezes em mil formas de como eu poderia ter evitado isso, mas pensando nisso, o que valeria se só eu o fizesse? Afinal, o motivo do acontecimento não foi somente meu, não foi escolha apenas minha. Eu vou superar, talvez já tenha superado, talvez ainda doa, mas cicatrizes são assim: não importa quanto tempo passe, elas sempre voltam a doer de novo. 
            Aconteceram outras coisas também: uma amiga, que nunca esperei que engravidaria primeiro que eu, teve um lindo garotinho, que tem sido o motivo de mudanças milagrosas na vida dela. Estou feliz por ver meus amigos progredindo, seguindo caminhos bons e maravilhoso. Uma outra amiga, enfim, ficou noiva de seu namorado de longa data. Depois de tantas lutas, acho isso uma vitória maravilhosa. Entretanto, coisas tristes também aconteceram com amigas minhas. É tão difícil ver pessoas que amamos indo para caminhos dolorosos e não podermos fazer muito, já que eles não nos escutam. Confesso que às vezes da vontade de amarrá-los e colocá-los protegidos de todo mal, mas do que adianta isso? Eu espero, sinceramente, que meus amigos tenham uma vida de paz todos os dias e façam de tudo para viver, não apenas sobreviver, pois nosso tempo é mais curto do que imaginamos.
            Uma coisa que tem sido a minha eterna satisfação, o motivo do meu orgulho, uma realização sem medidas, é o meu blog Watashi no sekai. Eu honrei com minhas postagem, estudei, conheci pessoas incríveis por causa dele. Infelizmente, não é o caso com esse blog aqui, mas esse ano vou fazer das tripas coração e vou dar duro aqui.  Também estou feliz por ter me tornado uma pessoa capaz de comer coisas saudáveis. Ter deixado meu vício por refrigerante foi uma grande vitória. Comecei crossifit e fiz certinho por 5 meses, infelizmente, por hora, não pude voltar, mas ter feito isso todos os dias marcados, sem falhar, mesmo sendo cansativo, foi incrível! Eu cheguei ao meu peso ideal, estou cuidando da minha saúde, porque eu me amo e quero ser alguém resistente.
            Algumas decepções realmente avassaladoras aconteceram. Coisas difíceis de engolir. Eu tive que ver alguém que gosto se meter em algo extremamente ruim, e embora eu quisesse dar na cara dessa pessoa para ela criar vergonha na cara, o que eu poderia fazer? Amarrar uma corrente nos pés dele e não deixar que faça merda na vida????  É tão frustrante não poder fazer nada. Minha decepção não parou aí. Pessoas que amo muito, que fazem parte de mim, me perfuraram com seus julgamentos mesquinhos, me traíram com seus atos e suas palavras que me machucaram durante os anos e eu só fui perceber quão fatal isso se tornou quando, enfim, abri os olhos. Mesmo assim, eu levantei a cabeça, respirei fundo e engoli e continuei em frente, porque decepção não mata, mas ensina a viver, e eu queria terminar 2016 bem.
            Mesmo todas essas coisas terem acontecido, eu não sentia que meu ano de 2016 era ruim, afinal, o que fizeram pra mim, por mais doloroso que fosse, não se comparava com a minha satisfação do que eu mesma havia conquistado por mim mesma.  Ainda que pareça coisa pequena para os outros, para mim foi incrível. No passado, eu teria jogado tudo que eu queria fazer para cima e teria apenas ficando em sofrimento por causa de todas essas coisas, mas eu decidi encarar a vida, decidi que eu merecia isso e apenas me dei um dia ou dois para sofrer por isso, depois fui em frente. Com isso, eu conheci pessoas tão maravilhosas, que, pra mim, fizeram compensar todas as perdas que eu tive até hoje. Por mais sofrido que talvez seja viver, eu não quero mais ficar parada, lamentado por viver em um mundo cruel em que até pessoas que compartilhamos sangue são capaz de nos trair. Eu preciso viver, eu preciso fazer o que quero e amo, porque isso é tudo que eu tenho. Eu quero voar, eu definitivamente vou voar.
            Minha música motivadora de final do ano, algo que minha cunhada me indicou e agradeço, pois ela me motivou muito e me deu forças. É incrível como música tem um poder de motivação maravilhosa: “Rise - Katy  Perry”



“O impossível e uma palavra muito grande que gente pequena usa para tentar nos oprimir” (Pregador Lu)

Sentimentos bloqueados

         


   Você já teve que lidar com emoções bloqueadas? Durante toda minha vida eu sofri com isso, o que me fazia desligar do mundo, ficar longe de todas as pessoas. Entretanto, eu tenho lutado fortemente contra isso, porque estou cansada de perder tempo. Eu quero muito continuar evoluindo, aproveitando as pessoas que gosto. Por isso, eu luto contra esse eu, que acaba em situações como essa.
            Mesmo lutando tanto, ainda assim essas coisas acabam acontecendo comigo. Dessa vez foi um pouco diferente, mas, como eu já esperava, essa sensação horrível de não sentir chegou. Porém, nem tudo foi bloqueado: as únicas coisas que tenho sentido é raiva, frustração, insegurança e ansiedade. Por muitas coisas boas estarem acontecendo, não consegui perceber que há um bom tempo não tenho me sentindo, de fato, feliz. Tudo que sentia quando estava animada era apenas alegria, uma emoção passageira e sorrateira, na minha opinião.
            Não confunda os fatos: o fato de não me sentir feliz não é porque não tenho motivos ou sou um ser humano triste. Tá certo que gosto de um drama em minha vida, contudo, sentimentos bloqueados é o mesmo que levar uma anestesia em que a pessoa pode te cortar com um bisturi, te costurar e você não sentirá nada. É bem assim comigo.
            Isso é tão frustrante, porque por mais que às vezes pareça ruim sentir, eu prefiro sentir, quero sentir cada emoção que só quem é humano pode sentir.
            Eu preciso das minhas emoções para viver. Sem elas não sou diferente de todas aquelas bonecas que eu tinha em minha infância, me sinto oca por dentro. É como se cada palavra fosse apenas mentira, como se eu vivesse uma mentira. Nada tem graça, nem aquela música linda que me emocionava ou aquela história de amor tão profunda que chega a ser cortante, não tem a menor graça para mi. É isso aí. Como já  bastasse estar em tal situação, ainda tenho que lidar com minha insatisfação com tudo. Tudo que escrevo, até isso aqui parece vazio.

             Mas estou me esforçando, e naqueles poucos momentos que existe uma falha, eu aproveito para escrever palavras sinceras que consigo sentir. Eu preciso achar o gatilho disso e sair logo. Não posso voar, não posso ir em frente sem sentir, quero sentir cada movimento, ou seja, feliz ou triste, eu preciso disso para viver, para respirar e para me sentir humana. 

“O impossível e uma palavra muito grande que gente pequena usa para tentar nos oprimir” (Pregador Lu)

Quando eu te toquei pela primeira vez

            


           Eu sempre sonhei em conhecer alguém que me amasse tanto quanto eu o amaria. Esperei muito, errei muito, chorei muito, até pensei em desistir, mas como eu sou alguém movida por sentimento, o amor, principalmente, não consegui desistir. Não consegui não esperar ou até mesmo procurar.
            Mas a nossa história só começou mesmo quando eu desisti de procurar. Quando eu estava cansada demais de ser trouxa, cansada demais de ser quebrada, foi quando você apareceu na minha vida. Foi quando uma pessoa, que era apenas para ser um amigo conhecido pela internet, mexeu com esse coraçãozinho aqui e encheu de esperança de que, dessa vez, eu estava certa.
            Nós nem havíamos se quer nos olhado pessoalmente, nem se quer tínhamos certeza se o que víamos pela webcam era realmente o que parecia. Tudo que conectava nosso sentimento era  a internet, mesmo assim, eram sentimentos tão reais! A distância era km e mais km, mesmo assim, era amor verdadeiro. Mesmo assim, você me proporcionou a felicidade que ninguém  ao redor era capaz de me dar. Porém, se juntos rola uma insegurança imagina à distância? 
            Passamos por tantas coisas e eu preparei tantas vezes meu coração se acaso ele fosse quebrado. Desculpe, mas eu não podia mais ser alguém que dava um passo sem pensar no que fazer, caso algo acontecesse. A vida me fez pensar além nas possibilidades, e houve vezes que eu pensei: agora ele vai desistir de mim. Quando nossos planos de, enfim, poder nos encontrar eram frustrados, eu pensei: ele não vai vir, ele está me enrolando. Sinto muito por pensar assim, mas eu queria tanto te ver! Eu queria tanto ter a certeza de que tudo isso era realmente real e não algo virtual.
            Se existe algo que eu nunca esquecerei, é aquela ligação na madrugada. Você disse: eu estou aqui, podemos nos ver hoje? Dia 23 de fevereiro de 2007, uma das datas mais perfeitas! Esse foi um dia mágico. Foi como um sonho, cada detalhe cuidado por Deus. Eu nunca vou me esquecer de quando te avistei. Você olhou para mim e veio em minha direção, o sol estava escandalosamente brilhante no céu, mas quando o toquei, começou a chover. Parece mentira?!  Mas eu disse que foi mágico, eu disse que foi como um sonho, ou melhor, eu disse que Deus estava cuidando de cada detalhe.
            Hoje faz 10 anos  que começamos a namorar oficialmente. Foi a primeira vez que o vi, de fato. Foi a primeira vez que nos tocamos, que pudemos confirmar que todo esse amor, que todos criticavam, não era uma ilusão, era verdadeiro.  Esse foi o dia em que nosso amor foi confirmado. Não tem como eu não me emocionar, porque conhecê-lo e tê-lo, foi o melhor presente que eu poderia receber de Deus. Ele me deu muito mais do que eu podia imaginar. 
            O amor é sofredor, de fato, mas não é isso que nos faz perceber que o que sentimos é real. A cada reconciliação, a cada data comemorativa que nos faz lembrar até daquilo que, às vezes, nos faz esquecer na correria da vida. Nosso amor não é perfeito, eu não sou perfeita, ele não é, mas nos esforçamos todos os dias para que nosso amor continue ao máximo. A cada toque que não podemos dar quando estávamos distantes, a cada olhar, a cada briga que não podemos nos encarar, a falta que ele me faz quando viaja, o buraco que sinto quando tiro minha aliança só para dar uma polida. 10 anos de um amor que venceu dificuldades imagináveis.


“O impossível e uma palavra muito grande que gente pequena usa para tentar nos oprimir” (Pregador Lu)

Férias



Quando nosso corpo, mente e coração não estão mais suportando os baques que levamos durante o ano, começamos a sentir a necessidade insuportável de tirar férias. Seria bom se eu pudesse tirar férias mais vezes durante o ano, talvez, assim, eu não chegaria ao ponto de estar totalmente esgotada. Sinceramente, um mês não é suficiente para descarregar toda essa canseira amontoada. Afinal de contas, não é só isso que amontoa,  não é  mesmo? Aquelas pequenas coisas que não podemos lidar por causa das nossas obrigações profissionais estão bem lá, nos esperando dar conta delas quando, enfim, não temos que ir trabalhar.
Faxinas de virar a casa do avesso que não temos tempo de encarar por causa da correria da vida, aquele monte de sintomas que nos faz nos preocuparmos com a nossa saúde, que você esperou as férias para verificar, ou seja, lá se vai mais um tempo gasto em visitas a médicos e exames. Um compromisso aqui, outro ali, e, assim, quando vemos não nos sobrou muitos dias, ainda têm as viagens. Embora seja gostoso viajar, não posso deixar de dizer como isso é cansativo.
E o tempo? O que demora tanto a passar quando estamos em nosso trabalho, os dias passam em um piscar de olhos durante as férias. É possível que, se dormimos um pouquinho mais, lá se foram nossas férias, já temos que voltar à nossa rotina de trabalho.  Nossa, pensando bem, é um pouco assustador como os dias passam depressa quando não estamos trabalhando ou estudando.
Nesse momento em que me encontro de férias, têm tantas coisas que quero fazer, tantas pessoas que eu gostaria de ver, mas, sinceramente, meu corpo pede para ficar em casa. Eu fico encarando o relógio, como se tivesse perdendo tempo, como se ele fosse mais lento se eu continuasse encarando. Não adianta, então eu digo: só hoje, amanhã vou fazer o que tenho que fazer. Dormir até mais tarde? Nem sei o que é isso! Até mesmo nas férias, mesmo tentando, meu cérebro insiste em me jogar na cara que estou perdendo tempo.

Afinal de contas, não sei qual é a melhor forma de desfrutar das férias. Existe mesmo um modo de curtir cada segundo sem perder tempo? Eu não sei. Fiz um cronograma do que fazer a cada dia, mesmo assim, nada está saindo como esperado. A hora passa tão rápido que, quando vejo, lá se foi mais um dia sem completar minha missão. Então fico perdida entre descansar ou fazer algo, e lá estão indo minhas férias. 

“O impossível e uma palavra muito grande que gente pequena usa para tentar nos oprimir” (Pregador Lu)

Recomeçar



Quantas vezes eu já recomecei? Eu já perdi as contas, hoje estou a porta de mais um novo recomeço. Eu só devo atravessá-la para tudo começar novamente. Entretanto, nesse exato momento, duas coisas estão sendo questionadas em minha mente: para que recomeçar, se você vai vacilar novamente? Será mesmo que você vai conseguir manter esse novo recomeço e não vai abandonar novamente?  Eu queria muito, com muita certeza, dar esse passo. Eu, mais que ninguém, reconheço que meu coração é incerto, logo eu, que sou movida a inspiração e sentimentos, se isso se for, o que restara de mim? O que eu terei a dizer, a escrever se tudo aqui dentro parar de vez e eu não conseguir escrever uma só palavra que contenha sentimentos?
            Mesmo que essas coisas venham ressoar em minha mente me desmotive, sinceramente, eu quero recomeçar. Eu quero dar mais uma chance tanto às pessoas que eu nem imaginava que me acompanhavam quanto a mim mesma, que sempre amei estar aqui. Por isso, mais uma vez, mesmo que essa incerteza esteja em meu coração, eu vou dar um passo. Um passo disposta a não voltar atrás, um passo pronto para não desistir, mas seguir em frente, porque essa sou eu. Embora as tempestades venham e meu coração se parta, estou sempre me levantando novamente e recomeçando. Mesmo que eu não tenha certeza que dessa vez dará certo, eu quero dar meu melhor agora, pois isso é o que sinto, pois isso é o que quero.

            Então, hoje, escolhi recomeçar. Vou atravessar essa porta mais uma vez, e dessa vez disposta a não voltar atrás, a não me render às minhas neuras, à minha falta de inspiração, mesmo que me falte motivação. Nem que seja somente por mim mesma, eu vou avançar sem ter medo do que vem pela frente, porque aqui é o local em que posso compartilhar todos esses sentimentos confinados dentro de mim, ou seja, por forma de escritas ou por fotos. Por isso, estejam preparados para esse novo recomeço que nem eu mesma sei ao certo o que trará. Estou de volta.

“O impossível e uma palavra muito grande que gente pequena usa para tentar nos oprimir” (Pregador Lu)